quinta-feira, 14 de maio de 2015

Médicos, precisam-se !!!

 
 
Robin Williams no filme Patch Adams realizado por Tom  Shadyac em 1998
 
Precisam-se de médicos!!! Médicos de verdade. Não de médicos que se crêem senhores de uma sabedoria infinita que os tornam superiores ao comum dos mortais. Não de médicos que evitam olhar nos olhos dos seus doentes, que se escondem detrás de receitas e canetas caras, que evitam conversar para além do estritamente necessário com os seus utentes e fogem a sete pés das famílias dos mesmos, não de médicos que vêm apenas cifrões e mudam do dia para a noite quando se trata de consultas privadas, não de médicos que se acham melhores que todos os outros profissionais de saúde e os desrespeitam frequentemente, não de médicos que tratam órgãos esquecendo que os mesmos são parte de um todo.
Precisam-se médicos! Médicos que não tenham deixado endurecer o seu coração. Médicos que tenham escolhido medicina por amor, por quererem realmente ajudar quem precisa, que usem os seus conhecimentos sem fazer contas aos ganhos monetários que possam ter ou não, que falem com os seus doentes e famílias com respeito, que esclareçam dúvidas e minimizem medos que inevitavelmente surgem em situações de doença. Que se preocupem com as pessoas que estão há horas numa sala de espera. É destes médicos que se precisa. Felizmente eles existem. Infelizmente não no número que deveriam existir, mas existem eu próprio já cheguei a ver grandes médicos a chorar pelos seus doentes.
Existe a velha desculpa, “à e tal há que manter a distância para nos protegermos”. É compreensível e até aceitável. Não se pede que aos médicos se envolvam emocionalmente com cada doente que tenham de tratar, até porque seria altamente desgastante, pede-se sim que não se esqueçam que estão a tratar de seres humanos. A pessoa em situação de doença está frágil e vulnerável. Imaginem-se por momentos na mesma situação e ajam de forma a tratar essa pessoa da mesma maneira que gostariam de ser tratados. Há quem diga que a competência não tem de andar de mão dada com a simpatia. A palavra-chave aqui não é simpatia mas sim empatia. E para mim um médico só será realmente competente se para além de todos os seus conhecimentos for capaz de estabelecer uma relação empática com o utente.