Divertida(mente)

 

Há algum tempo que queria ver este filme. Parecia-me à partida ter um argumento muito interessante e bastante original. Foi vencedor do Oscar de melhor filme de animação em 2016 tendo também sido nomeado para melhor argumento original. Vi-o ontem e confesso que é um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Tudo se passa na mente de uma menina de 12 anos. É realmente um argumento muito coerente, nota-se que houve um trabalho de fundo para conciliar psicologia com uma história de animação bastante divertida. A Alegria, o Raiva, a Tristeza, o Medo e a Repulsa são algumas das personagens adoráveis desta história que nos mostram um pouco de como funciona a mente humana. Ao longo do filme são vários os aspectos abordados, desde o papel importantíssimo das vivências da infância para a construção da personalidade, à criação (e manutenção) das memórias, o subconsciente, os sonhos, etc… Sem dúvida um filme bastante rico que ensina ao mesmo tempo que emociona e diverte.

 

La La Land

La La Land é o grande favorito da cerimónia de entrega dos Óscares que se vai realizar no dia 26. Um filme cheio de música e dança a lembrar os velhos musicais de Hollywood. Gostei da história (principalmente do final que é diferente mas que não deixa de ser comum a algumas histórias de amor). As músicas são bonitas (tem duas canções nomeadas e a banda sonora) e a fotografia transborda de cor e luz. Depois de ganharem os globos de ouro na categoria de melhor actor e actriz, Ryan Gosling e Emma Stone são também fortes candidatos a ganhar o Oscar.

O mundo está a precisar de mais filmes como este...

Trump

Bem e o que parecia inacreditável aconteceu mesmo: Trump chegou ao poder. Um dos homens mais ricos da terra é agora também um dos mais poderosos do planeta. Parece um conto de fadas mas ao contrário. Ou seja desta vez o vilão parece que triunfou mesmo (se bem que o conto ainda agora começou...).

Trump é agora um modelo a seguir para todos aqueles putos que se divertem a praticar bullying e que têm prazer na chacota e a fazer piadas sobre os defeitos fisicos dos outros. "Afinal é este o caminho para o sucesso" pensam eles.

Passaram poucos dias desde a tomada de posse e as medidas polémicas já começaram a aparecer. Os tratados ambientais vão deixar de se cumprir com o pretexto de estarem a prejudicar o desenvolvimento dos EUA, vão deixar de receber refugiados, o muro do México vai avançar, o Obamacare vai à vida, etc...

Por todo o lado há manifestações contra o Trump. Artistas dão a cara contra Trump. Pelo que a comunicação social nos mostra parece estar tudo contra Trump. No entanto não será bem assim. Na realidade ele só foi eleito porque votaram nele. Ou seja há pelo menos tantas ou mais pessoas a favor de Trump. E onde estão elas? Quem são elas?

A eleição de Trump deu-nos uma fotografia actual da realidade dos EUA . Uma realidade que ainda está presa aos preconceitos racistas e a um patriotismo bacoco e atrasado. Um país feito de gerações de imigrantes transforma-se agora numa nação xenófoba.

Asghar Farhadi, realizador iraniano do filme "O Vendedor", nomeado para Melhor Filme Estrangeiro, não vai poder ir à Cerimónia dos Oscars este ano devido ao decreto que Donald Trump assinou esta sexta-feira, impedindo a entrada de cidadãos vindos do Irão, Iraque, Iémen, Sudão, Síria, Líbia e Somália. A América fecha as suas portas. O pior é que o louco está lá dentro.

Amar

Quantas pessoas podemos amar ao mesmo tempo? Quantos tipos de amor existem? Será possível amar toda a gente? Existem pessoas que amamos durante toda a vida outras existem que é difícil amar. Existem pessoas que amamos quase de imediato outras existem que fazem surgir a pouco e pouco um amor como uma fogueira que se torna cada vez mais forte. Devemos realmente esforçar-nos por amar toda a gente? O que é preciso para que isso aconteça? Acreditar que toda a gente tem bondade no coração e merece ser amada? É difícil acreditar nisto olhando para o mundo e para os atos de alguns. Ainda assim o que está por detrás dos atos de violência? O que leva, por exemplo, um bombista suicida a acabar com a sua vida e ceifar mais umas quantas? Vingança? Promessas de uma vida eterna gloriosa num suposto paraíso? Haverá alguma réstia de bondade num coração destes?  Haverá alguma pontinha de luz na escuridão em que caíram estes corações? E se não houver? O que se faz? Eliminam-se essas pessoas? Bombardeiam-se? Será isso eficaz? Não tem sido até agora, muito pelo contrário…
A bondade, tal como a maldade, é contagiosa. Bondade gera bondade. Maldade gera maldade. É a metáfora da bola de neve. Começa pequena e acaba muitas das vezes com proporções gigantescas.