Algures num infantário da vila de Vidigueira um menino fez um desenho curioso. Um desenho que causou grande admiração entre as outras crianças e despertou a curiosidade da própria educadora. A criança tinha desenhado um céu cheio de estrelas mas algumas dessas estrelas estavam tão próximas do chão que chegavam a tocá-lo com os seus pequenos raios.
As outras crianças diziam que o desenho estava mal feito, que as estrelas não estavam no lugar delas e que não podiam estar tão em baixo.
As outras crianças diziam que o desenho estava mal feito, que as estrelas não estavam no lugar delas e que não podiam estar tão em baixo.
O menino estava confuso e não percebia a razão de toda aquela admiração. Dizia que era assim que ele via as estrelas todas as noites.
Depois de pensar um pouco a educadora entendeu então o menino. Era uma criança de raça cigana e, de facto, à noite quando ela estava no seu acampamento longe das luzes e dos edifícios da vila, as estrelas brilhavam de forma mais intensa, a fina linha do horizonte que delimita o céu e a terra como que se diluía e de forma quase misteriosa desaparecia. O céu e aterra misturavam-se, confundiam-se e por vezes não se sabia bem onde terminava um e começava o outro. Assim havia algumas estrelas que pareciam tocar no chão. Era assim que aquela criança via normalmente as estrelas.
Ofuscados pelas luzes das nossas cidades e ocupados pelas nossas rotinas esquecemo-nos por vezes da forma como as estrelas continuam a brilhar acima de nós e de como elas por vezes parecem tocar a terra.
Depois de pensar um pouco a educadora entendeu então o menino. Era uma criança de raça cigana e, de facto, à noite quando ela estava no seu acampamento longe das luzes e dos edifícios da vila, as estrelas brilhavam de forma mais intensa, a fina linha do horizonte que delimita o céu e a terra como que se diluía e de forma quase misteriosa desaparecia. O céu e aterra misturavam-se, confundiam-se e por vezes não se sabia bem onde terminava um e começava o outro. Assim havia algumas estrelas que pareciam tocar no chão. Era assim que aquela criança via normalmente as estrelas.
Ofuscados pelas luzes das nossas cidades e ocupados pelas nossas rotinas esquecemo-nos por vezes da forma como as estrelas continuam a brilhar acima de nós e de como elas por vezes parecem tocar a terra.